Antes de qualquer coisa: não sei a sensação
de ser o melhor, indubitavelmente, naquilo que faço. Não o melhor da rua, do
quarteirão, da escola ou da turma de amigos. Digo ser o melhor do mundo, melhor
entre todos os seres humanos. Ser eleito, unânime, e sentir-se assim. Mas, não apenas
isso, como também ganhar de tudo que se almeja, alcançar todos os objetivos que
podem ser traçados para alguém da sua categoria. São poucos. Atendo-se um pouco
mais ao objetivo deste texto: no futebol são pouquíssimos.
No sonho mais dourado de um futuro
profissional da bola existe o ápice individual e o coletivo. Creio ser o
coletivo mais importante, por se tratar de um esporte desta natureza, portanto
nada se equipararia a um título mundial de seleções. É a sua nação representada
pelos melhores atletas do país na categoria. Já pelo lado do indivíduo, a
honraria máxima vem em forma de Bola de Ouro, aquela que pertence apenas ao
melhor jogador do mundo.
O prêmio é concedido pela FIFA a cada
temporada ao jogador de maior destaque. Hoje em dia votam jornalistas, e
treinadores e capitães de cada uma das seleções cadastradas. Desde 1991 este
prêmio existe pela FIFA, mas, a partir de 2009 se mesclou à Bola de Ouro da
Revista France Football, existente desde a 1956, quando o inglês Stanley
Matthews venceu. Vale lembrar que a revista francesa só premiava aos europeus –
nacionalizados ou não - , até o ano de 1994, quando outras nacionalidades
entraram na dança, mas, o jogador postulante devia ainda atuar no continente.
Portanto os prêmios de melhor da FIFA e da
Europa, concedido pela revista especializada e antes símbolo de melhor do
mundo, coincidiram-se por 18 anos. Em 2010, mesclaram-se. Nestes anos em
paralelo, porém, foram 7 discordâncias.
ANO
|
FIFA
|
FRANCE FOOTBALL
|
1991
|
Lothar Matthaus
|
Jean-Pierre Papin
|
1994
|
Romário
|
Stoichkov
|
1996
|
Ronaldo
|
Matthias Summer
|
2000
|
Zidane
|
Figo
|
2001
|
Figo
|
Michael Owen
|
2003
|
Zidane
|
Nedved
|
2004
|
Ronaldinho
|
Schevchenko
|
Desde 2005
eles concordam na decisão. Vamos restringir nosso universo de análise aos anos
90 em diante, com o surgimento do prêmio da FIFA. Portanto, pela entidade
presidida por Seph Blatter, 14 sujeitos chegaram a esta conquista pessoal.
Cristiano Ronaldo -2x, Messi - 4x, Kaká, Canavarro, Ronaldinho – 2x, Zidane –
3x, Ronaldo –3x, Figo – 2x, Rivaldo, George Weah, Romário, Baggio, Van Basten e
Lothar Matthaus. Se somarmos a estes as discordâncias entre as premiações,
teremos mais cinco atletas na lista, são eles: Jean-Pierre
Papin, Stoichkov, Matthias Summer, Michael Owen, Pavel
Nedved e Schevchenko. Totalizando 19 jogadores em um período de 23 anos.
Em um segundo passo, vamos restringir ao
grupo daqueles, e somente aqueles, que venceram o prêmio de melhor do mundo e
também foram campeões mundiais por seus países. Kaká, Canavarro, Ronaldinho,
Ronaldo, Zidane, Romário e Matthaus. Sete, tão somente. Entre eles, Kaká foi o
que disputou com menor destaque o título mundial que venceu. Ele entrou em
campo apenas um partida, com o Brasil já classificado na primeira fase, contra
a Costa Rica. Romário foi símbolo da equipe de 94. Matthaus, o único entre eles
a erguer a taça como capitão. Zidane marcou dois gols da vitória na final sobre
o Brasil e foi o maestro da equipe francesa. Ronaldo esteve em 94 como
coadjuvante, reserva, e em 2002, quando foi o artilheiro da equipe e destaque
ao lado de Rivaldo e Ronaldinho. Este último mais jovem e com menos carga teve
papel de suma importância também, em especial na partida contra a Inglaterra,
nas quartas de final, quando foi protagonista da virada por 2 a 1. Por fim,
Canavarro, o único zagueiro deste seleto grupo, que fez uma Copa do Mundo
irretocável em 2006.
Vejam só, chegamos a 7 jogadores. Dos quais
eu colocaria de fora Kaká e Canavarro, caso os fossem nomear de craques. São 5 craques que ousaram ganhar tudo. Quatro
deles brasileiros. Somente um campeão da UEFA Champions League e da Taça
Libertadores da América. Ronaldinho Gaúcho. Porque será que pegam tanto no pé
deste rapaz? O que no seu estilo irrita as pessoas? Ele não tem ânimo em campo?
Lhe falta vontade para nova conquistas? Não tem ambição?
Vontade do que mais? Deixem-no em paz. Olha
o que ele ainda tem a moral de fazer!
*Me motivou abordar o assunto, pois, com a
circulação desta foto na internet surgiu (mais uma vez) uma horda de
comentários negativos sobre ele. Tais como: ainda bem que não joga no meu time,
olha o profissionalismo em pré-temporada e por aí a fora. Ele é exemplo profissional de alguém que atingiu o ápice, e não o contrário. Pelo que se vê a inveja cega as pessoas.
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